segunda-feira, 18 de junho de 2012

A dança

"Não devemos investir nossa energia em mudar, mas sim em nos tornarmos plenamente a pessoa que já somos."


Oriah Mountain Dreamer, autora de O Convite, nos mostra no seu segundo livro como descobrir nossa natureza essencial. Não devemos investir nossa energia em mudar, mas sim em nos tornarmos plenamente a pessoa que já somos. A chave é entender que quem somos é o suficiente.

"Eu lhe mandei meu convite, a nota escrita na palma da minha mão pela chama da vida. Não dê um salto gritando: Sim, é isso que eu quero! Vamos em frente! Apenas se levante em silêncio e dance comigo.
 

 Mostre-me como você segue seus desejos mais profundos, descendo em espiral em direção à dor dentro da dor, e lhe mostrarei como eu me volto para dentro e me abro para fora para sentir o beijo do Mistério, doces lábios sobre os meus, todos os dias.


 Não me diga que você quer encerrar o mundo inteiro no seu coração. Mostre-me como você evita cometer outra falta sem se desesperar quando sofre uma agressão e tem medo de não receber amor.



Conte-me uma história sobre quem você é, e veja quem eu sou nas histórias que estou vivendo. E juntos nos lembraremos que cada um de nós sempre tem uma escolha.

Não me diga que as coisas serão maravilhosas... um dia. Mostre-me que você é capaz de correr o risco de ficar completamente em paz, totalmente à vontade com a maneira como as coisas são neste exato momento, e também no momento seguinte, e no seguinte...

Já ouvi histórias demais sobre audácia heróica. Conte-me como você desmorona quando esbarra no muro, o lugar que você não pode transpor pela força de sua vontade.

O que conduz você para o outro lado desse muro, para a frágil beleza da sua condição humana?

E depois de mostrarmos um ao outro, como definimos e mantivemos os limites claros e saudáveis que nos ajudam a viver lado a lado um com o outro, vamos correr riscos de lembrar que nunca deixamos de amar em silêncio aqueles que um dia amamos em voz alta.

Leve-me para os lugares do planeta que ensinam você a dançar, os lugares onde você pode correr o risco de deixar o mundo partir seu coração, e eu conduzirei você a lugares onde a terra debaixo dos meus pés e as estrelas no céu fazem meu coração ficar inteiro de novo.

Mostre-me como você cuida de negócios sem deixar que eles determinem quem você é. Quando as crianças estão alimentadas, mas as vozes internas e as externas gritam que os desejos da alma têm um preço alto demais, vamos lembrar um ao outro que o que importa não é o dinheiro.

Mostre-me como você oferece ao seu povo e ao mundo as histórias e as canções que você quer que os filhos de nossos filhos recordem, e eu revelarei a você como eu me empenho, não para mudar o mundo, mas para amá-lo.

Sente-se ao meu lado e compartilhe comigo longos momentos de solidão, conhecendo tanto nossa absoluta solitude quanto o nosso inegável pertencer.

Dance comigo no silêncio e no som das pequenas palavras cotidianas, sem que eu me responzabilize no fim do dia por nenhum de nós dois.

E quando o som de todas as declarações das nossas mais sinceras intenções tiver desaparecido no vento, dance comigo na pausa infinita antes da grande inalação seguinte do alento que nos sopra a todos na existência, sem encher o vazio a partir de dentro ou de fora.

Não diga 'Sim!'

Pegue apenas a minha mão e dance comigo."




Fonte: Jornal Bem Estar nº 2 - Vale do Caí

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sítio Terra Viva

     Como mensurar o tamanho de um espaço de terra olhando para ele como parte do universo, podemos até facilitar se pensarmos em Via Láctea, Sistema Solar ou Planeta, ainda um pouco difícil, mesmo que hoje o ser humano consiga traduzir isso tudo em anos luz, quilômetros ou metros, ainda assim teremos que parar e prestar atenção na explicação de um especialista no assunto, que acompanhado de toda a tecnologia disponível, traduz isso tudo em números facilitando a compreensão por nossa mente.

     Assim acontece na maior parte do nosso planeta, um pedaço sagrado do solo da nossa Mãe gentil, visto como um território explorável, que tenha a possibilidade de produzir, para saciar a sede voraz do ser humano em ter e possuir, seja a que preço for, sem o zelo necessário denominado hoje de sustentabilidade.

    O Sítio Terra Viva na atual geração de gestores tem um entendimento preservacionista, respeitando a natureza, conservando a fauna e a flora local, honrando os preceitos legais quanto as áreas de preservação permanente, ampliando os locais de mata nativa e agregando novas espécies em consonância com o ecossistema local, possibilitando uma recuperação natural. É possível visualizar várias espécies se multiplicando em áreas que já serviram para agricultura e pecuária, plantações de acácia (o que é muito comum naquela região) e outros fins.

    Historicamente pode-se afirmar que muitas coisas aconteceram neste local, os habitantes denominados índios Ibiraiaras (Tupi-Guarani) com toda sua bela cultura desmobilizadas pelos Bandeirantes. Nossa recente história da Revolução Farroupilha, onde Montenegro era caminho de passagem das tropas, e com elas muitas desordens. Assim como várias coisas que podemos imaginar que já rondou por esses lados, até mesmo quanto sofrimento e alegrias já ocorreram neste  lugar, quanta criança já correu por entre as árvores e até subiram em algumas, quantas famílias esse pedaço de terra já alimentou, quantas curas por aqui se realizou. Mas sempre é bom lembrarmos disso tudo para entendermos e aprendermos a honrar e respeitar os passos de nossos ancestrais e todo seu legado.

     Baseado nesse preceito do sagrado, do respeito, do zelo, do honrar a quem por lá já deixou suas marcas, que o Sítio Terra Viva inicia esse novo ciclo na própria história, um ciclo de cura diária através de toda a Medicina Sagrada do Xamanismo e das Terapias Naturais, se recriando e reinventando por aqueles que por lá cruzarem, inovando sempre no sentido de preservar e cultivar os verdadeiros valores, buscando sempre a integração e o equilíbrio do ser humano com a Mãe Terra e todo Universo, afinal também somos poeira das estrelas, nos tornando um só Ser, pois "Todos Somos Um".

Gratidão.

Mitakuye Oyasin (Por todas nossas relações)

Adriani Lopes 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Reiki agora têm explicação científica


Pesquisadores avaliam efeitos e mecanismo de terapias alternativas em animais de laboratório por Bruna Bernacchio

Ricardo Monezi testou o Reiki em ratos com câncer


Seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia das mãos do terapeuta colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para entender as alterações biológicas do reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi testou o tratamento em camundongos com câncer. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. A partir da experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo”, diz. Para a sua pesquisa na USP, Monezi escolheu o reiki entre todas as práticas de imposição de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa.
No experimento, a equipe de pesquisadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos. O grupo controle não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo “controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira; e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma pessoa.
Ricardo Monezi
Imposição de mãos nos grupos "Controle-Luva" e "Impostação", respectivamente (imagens retiradas do mestrado de Monezi)
Depois de sacrificados, os animais foram avaliados quanto a sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos brancos e células imunológicas tinham dobrado sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.
“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética, elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem- na como ‘energia sutil’, de natureza não esclarecida pela física atual”, diz Monezi. Segundo ele, essa energia produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que, como não houve diferenças significativas nos os grupos que não receberam o reiki, as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo tratamento não são decorrentes de efeito placebo. 

A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte de sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp). E esses não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares no Brasil. A psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a doutora em acupuntura Flávia Freire constatou melhora de até 60% em pacientes com apnéia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sawabona Shikoba

Flávio Gikovate

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África e quer dizer "EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é "ENTÃO EU EXISTO PRA VOCÊ".


Flávio Gikovate é médico psicoterapeuta, pioneiro da terapia sexual no Brasil. 

Imagem:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmemQhVhsl_aQvEGq0tFL3yrJvZTVSz5wpIb16E1wvuCNfHEW5rlmj0ThuHpB2D1PJPCV7H3_vVPpEpwsX0uimEmtOs10-KiM8uw21JO-T7x5SQsZxoGEgcguVGsRVKPZ26hF611Eoo9s/s320/1O.jpg

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Xamanismo




O termo xamanismo é de origem siberiana, baseado no conceito do saman, que identifica aquele que é inspirado pelo espírito, aquele que não perdeu a conexão, a integração.

O xamanismo teve a sua origem há milhares de anos atrás, quando nossos ancestrais decidiram superar todos os obstáculos impostos no caminho da evolução. Através da integração com o meio ambiente, confiança e determinação descobriram as fórmulas que iriam garantir a sua sobrevivência. Não possuíam tecnologia avançada, mais com a necessidade de vencer e sobreviver, criaram técnicas naturais, se organizaram, desenvolveram e ativaram plenamente seu poder pessoal. Os guerreiros antigos, utilizavam toda a força do seu universo interior e uma enorme integração com a natureza, as quais o xamanismo decodificava e direcionava em prol de sua sobrevivência e sucesso.

O xamanismo possibilitou um maior senso de comunidade, união, organização e disciplina, além de uma maior autoconfiança, integração ambiental e conexão, tudo torna-se sagrado na espiritualidade natural. As formas existentes na natureza eram então respeitadas como sendo espíritos que formavam uma única família, uma lição que poderíamos aplicar nos dias de hoje para melhorar todas as nossas relações. Também foi responsável pelo surgimento de várias técnicas de cura, estratégias, filosofia e artes. Várias técnicas muito antigas são utilizadas até hoje, reconhecidas por comunidades científicas, outras com características tradicionais milenares reconhecidas popularmente, enfim o importante é que essas maravilhosas técnicas naturais e evolutivas ainda estão sendo utilizadas e com certeza, sempre serão utilizadas pela humanidade em seus processos de cura.

O xamanismo é muito profundo, é uma linda filosofia de vida, onde honramos e agradecemos ao Todo a possibilidade de estarmos aqui, neste Planeta Mãe Escola, evoluindo, crescendo, respeitando toda a existência, resgatando a integração com a Mãe Natureza. Os guerreiros da luz tem como missão buscar a paz, saúde, sucesso, equilíbrio entre corpo, mente e espírito e ampliar sua visão sobre tudo. Sabemos que cada um de nós temos a responsabilidade de escrever sua história pessoal de forma harmoniosa e integra, permeadas pelo perfume do amor.

No xamanismo, reconhecemos que somos uma semente, um micro-universo de infinitas possibilidades, nos preparando a todo instante para se tornar uma árvore bela, viçosa e frutífera.

O Xamanismo é a síntese da espiritualidade, da integração e da essência divina. Não tem nenhuma conotação religiosa e onde seu templo é a própria natureza.

Praticar xamanismo é buscar a excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos e se harmonizar com as marés naturais da vida, valorizando a essência e não a forma, ampliando assim sua consciência ecológica planetária, reconhecendo a importância de cuidarmos muito melhor da Mãe Terra, pois sabemos que o planeta está gritando e se faz necessário assumirmos nossas responsabilidades para termos uma qualidade de vida verdadeiramente melhor, respeitando a nossa geração e as gerações futuras, lembrando sempre que o nosso planeta Terra não é descartável. Para isso precisamos repensar de forma coerente sobre nossos hábitos, buscando exercer atitudes muito mais responsáveis.

Para que aconteça realmente uma mudança de consciência, em todos os níveis de atividade, a prática é necessária. Não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso fazer."A prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de resgatar a espiritualidade natural, a re-conexão com estas forças da natureza que está presente ao nosso redor e alcançar o despertar da felicidade plena".

Assim, seguindo o fluxo da integração total, o Céu torna-se o Pai que ensina o caminho das estrelas e das origens ancestrais. A Terra torna-se a Mãe que ensina os caminhos das relações, das integrações e da evolução na matéria. O grande Avô é o Sol que, com seu sorriso caloroso, ensina todos os dias a sabedoria dos ciclos e do círculo da vida. Então a Avó Lua com sua serenidade, ensina a arte de sonhar e os mistérios  que iluminam os caminhos pelas noites da vida. As Árvores e Vegetais tornam-se o Povo em Pé; as Águas, o Povo das Águas; o Trovão, o Espírito do Trovão; as Pedras, o Povo de Pedra e todos os Animais tornam-se os Irmãos mais jovens, cada um com sua medicina particular. Tudo possui uma energia vital, uma força, um espírito.

Quem está neste caminho sagrado abençoa, compreende e respeita todos os seres, pois fazemos parte de uma grande tribo estelar.

Este é o caminho mágico da integração consigo mesmo e com a natureza, onde o valor maior é o sentir.

Amor e luz a todos leitores!
Vitor Hugo França
Postado por: Luz da Serra http://www.luzdaserra.com.br/